Escolas, postos e metrô de Fortaleza serão abastecidos por energia solar
Portal Solar • 26 de março de 2020
Município deve poupar pelo menos 10% nos gastos com energia elétrica
A cidade de Fortaleza, no Ceará, vai utilizar a energia solar para abastecer escolas, postos e saúde e o metrô da cidade. Segundo a prefeitura, o município deve poupar na área de educação e saúde pelo menos 10% nos gastos com energia elétrica, podendo chegar até R$ 2,8 milhões no custo atual com energia.
Trata-se de um projeto de lei que prevê o modelo de Parceria Público Privada (PPP) para “implantação, gestão, operação e manutenção da geração de energia solar” nas escolas e unidades de saúde pública do estado. A ideia é utilizar energia limpa, contribuindo para a questão ambiental e direcionando melhor a capacidade de investimento da Prefeitura.
O vencedor da concessão vai instalar placas solares nas próprias unidades públicas ou em usinas externas, para garantir o fornecimento de energia limpa a rede. Além da usina, será exigido projeto de eficiência energética, incluindo a troca de lâmpadas convencionais por LED e de equipamentos por opções mais modernas e que consumam menos. Segundo o coordenador de PPPs da prefeitura, Rodrigo Nogueira, a empresa escolhida também será responsável por todo o ônus de reposição.
A linha azul do metrô de Fortaleza também será abastecida por energia solar. A ordem de serviço para compra, montagem e instalação de placas no metrô já foi assinada em fevereiro deste ano e o prazo para instalação é de 12 meses. O projeto será executado pelo Consórcio Solar-For, com recursos do Tesouro Estadual do Ceará e da Caixa Econômica Federal da ordem de R$1,6 milhão.
O sistema será instalado em quatro estações da linha azul do metrô. Serão instaladas 650 placas solares na estação Juscelino Kubitschek (JK) e outras 325 na estação Padre Cícero. A expectativa é de que a quantidade de energia solar produzida nas duas estações venha suprir a demanda elétrica de pelo menos quatro estações da Linha Sul.
A empresa ficará responsável pela instalação dos painéis, que poderão ser fixados direto nos empreendimentos ou em usinas externas e também pela troca de lâmpadas e outros equipamentos para uma maior eficiência energética.
O prazo da execução do projeto é de pelo menos um ano, seis meses para instalação e mais seis meses para a operação assistida, funcionando como fase de testes em que serão feitos os ajustes necessários.
A ideia é que a energia excedente produzida pelas placas solares das estações seja transferida para a rede de distribuição da Capital. Na sequência, esse excedente é revertido para o metrô em forma de crédito em produção elétrica. Assim, a empresa poderá obter compensações nas contas de energia, representando uma economia na operação.

Empresa vai acionar dois novos módulos de baterias solares fotovoltaicas, reforçando o sistema de armazenamento na ilha A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), acionou um termo de cooperação com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, para acionar dois novos módulos de baterias solares fotovoltaicas, reforçando o sistema de armazenamento na Ilha de Fernando de Noronha, o que vai praticamente dobrar a utilização de energia limpa em horários de pico. Desta maneira, as ações de sustentabilidade e redução de emissões de gás carbônico recebem novo impulso. Para o governador, Pernambuco está cumprindo o papel de colocar a sustentabilidade, o clima, as boas práticas em relação à proteção do meio ambiente como pilares importantes de políticas públicas. “Não existe desenvolvimento se não houver equilíbrio entre o econômico, o social e o meio ambiente protegido”, afirmou Paulo Câmara. Para que o projeto cumpra seu real papel de ser sustentável, deve seguir algumas ações, entre elas a redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Este é um passo importante previsto no projeto “Noronha Carbono Zero”, que visa tornar o arquipélago um território neutro na emissão de GEE, substâncias causadoras do aquecimento global. Dessa forma, o acordo ganha uma importante dimensão no processo de planejamento e na garantia da transformação da matriz energética em Fernando de Noronha. Entre outras iniciativas estão previstos ainda um investimento de R$ 19 milhões captados pela Celpe, em parceria com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para serem utilizados na compra de veículos. Todos os gastos relativos ao consumo e desgaste serão computados, e vão dar base para aplicar a mobilidade elétrica em Fernando de Noronha. “Também serão investidos recursos para a implantação de 13 ecopostos, que abastecem os carros através da energia captada”, comentou Antônio Bertotti, secretário estadual de Meio Ambiente. O termo estabelece, ainda, a criação de uma equipe multidisciplinar de trabalho composta por representantes da Celpe, Semas e da Administração de Fernando de Noronha, encarregada de desenvolver e implementar ações para preservação ambiental e sustentabilidade. A ilha já conta com duas usinas solares e nove sistemas de geração distribuída, que utilizam painéis fotovoltaicos. Atualmente, as centrais energéticas de fonte renovável representam aproximadamente 10% do consumo local de energia. Como forma de incentivar a utilização de carros livres de emissões poluentes, a Celpe mantém em Noronha, desde 2015, um veículo elétrico e o primeiro posto de energia solar. Em janeiro deste ano, o governador Paulo Câmara sancionou o Decreto-Lei nº 16.810/20, que regulamenta a entrada e circulação de carros a combustão na ilha. Com a medida, que também integra o projeto “Noronha Carbono Zero”, nenhum carro movido a gasolina, álcool e óleo diesel entrará na ilha a partir de 2022. Os veículos que já estão em Noronha poderão continuar transitando até 2030, quando o trânsito será definitivamente restrito apenas aos transportes elétricos.

Consórcio formado pela francesa EDF e pela empresa solar chinesa JinkoPower ofereceu US $ 0,0135/kWh pela energia gerada na fazenda solar Al Dhafra O governo do Emirados Árabes Unidos anunciou, no dia 28 de abril, que negociou o menor preço mundial para a eletricidade solar na oferta solar de 1,5 GW lançada pela Emirates Water and Electricity Company (EWEC) em julho do ano passado. Segundo comunicado da assessoria de imprensa do governo do Emirados Árabes Unidos, o licitante foi um consórcio formado pelo grupo de energia francês EDF e pela empresa chinesa de energia solar JinkoPower, que ofereceu AED0.0497/kWh (US$ 0,013533) pela energia gerada na fazenda solar Al Dhafra. A oferta EDF-Jinko de US$ 0,0135/kWh é cerca de US$ 0,0021 menor do que o recorde anterior de QAR0,0571/kWh (US$ 0,0156/kWh) que a Total e a Marubeni ofereceram na oferta de 800 MW do Catar no final de janeiro. Ainda de acordo com a assessoria de comunicação, o consórcio escolhido será dono de até 40% de um veículo de propósito especial criado para o projeto, com a participação restante da Abu Dhabi Power Corporation e outras entidades governamentais não reveladas. A fazenda solar Al Dhafra está programada para iniciar operações comerciais no segundo trimestre de 2022. A data oficial definida para a abertura das ofertas de preços finais foi adiada por causa das restrições de coleta pública relacionadas ao Covid-19 nos Emirados. Assim que entrar em operação, a fazenda solar será a maior usina fotovoltaica do Oriente Médio. Por enquanto, o parque solar Sweihan de 1,17 GW em construção pela empresa indiana de engenharia, de propriedade da Sterling e Wilson no emirado de Abu Dhabi é o maior da região, uma vez que entrou em operação comercial em julho de 2019. De acordo com informações do jornal Emirati The National, a oferta EDF-Jinko concorreu com mais quatro consórcios: um formado pela gigante de energia saudita ACWA Power – e incluindo a concessionária chinesa Shanghai Electric; outro composto pela gigante petrolífera francesa Total e pela empresa de comércio japonesa Marubeni; outro incluindo o grupo francês Engie e o Poder Internacional; e um quarto incluindo o Softbank do Japão e o fornecedor italiano de petróleo e gás Eni.

Segundo relatório da IRENA, energia solar segue como a fonte renovável que mais cresce no mundo, com uma expansão da capacidade instalada de 20%, um incremento de 98 GW Por Andrea Vialli Pela primeira vez na história, as fontes solar e eólica, combinadas, ultrapassaram as hidrelétricas em capacidade instalada global em 2019, conforme aponta relatório divulgado pela IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável, na sigla em inglês). O mundo alcançou 2.537 GW de capacidade instalada acumulada em fontes renováveis no ano passado. Com 1.190 GW, a fonte hídrica ainda representa sozinha a maior fatia (47%), mas a expansão das fontes eólica (25%) e solar fotovoltaica (23%) já soma 1.209 GW, com capacidades de 623 GW e 586 GW, respectivamente. As outras fontes renováveis que aparecem no relatório são a biomassa (124 GW), geotérmica (14 GW) e maremotriz (500 MW). Somando todas as fontes, a capacidade instalada das fontes renováveis de energia expandiu 7,4% em 2019. A energia solar segue como a fonte renovável que mais cresce no mundo, com uma expansão da capacidade instalada de 20%, um incremento de 98 GW. Junto com a eólica, que cresceu 10%, responde por 90% dos incrementos à rede em 2019, apontou o relatório. Já a expansão da capacidade das hidrelétricas foi de apenas 1%, com um incremento de 12 GW. O Brasil alcançou capacidade instalada de 4,4 GW em energia fotovoltaica e 15,4 GW em eólica em 2019 e segue a tendência global de perda de protagonismo das hidrelétricas, que deve se acentuar ao longo da próxima década. “Esta década será marcada por um encolhimento da geração hidrelétrica e um maior crescimento da solar e eólica, seguido das térmicas a gás natural, como evidencia o próprio Plano Decenal de Expansão de Energia”, afirma João Carlos Mello, presidente da consultoria Thymos Energia. O documento, lançado em fevereiro pelo Ministério de Minas e Energia (MME) aponta para um cenário em 2029 onde as hidrelétricas, que hoje respondem por 59% da capacidade, passarão a responder por 42% da matriz elétrica. A solar fotovoltaica saltará dos atuais 2% para 8%, enquanto a eólica avança de 9% para 16%. As usinas térmicas a gás natural, que hoje garantem 7%, da energia, dobram sua participação. A complexidade do licenciamento e construção de grandes usinas, somada às incertezas no regime de chuvas são alguns dos fatores que justificam a retração na geração hidrelétrica. De outro lado, o avanço das tecnologias para geração solar e eólica contribui para baratear os custos de produção. “O preço da energia ficou bastante atraente. Se no primeiro leilão de energia fotovoltaica o MWh tinha preço final de R$ 400, no último leilão ficou abaixo de R$ 150”, diz Mello. Outro fator que favorece a ampliação das fontes solar e éolica é a característica de ambas serem escaláveis e descentralizadas. Os dados da IRENA sinalizam uma mudança de patamar importante, na avaliação de Rodrigo Sauaia, presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). “Isso seria impensável há alguns anos e virou uma realidade a partir dos dados consolidados do ano passado”, diz Sauaia. A expectativa é de que, mantido o atual ritmo de expansão da energia solar fotovoltaica, a fonte ultrapasse a eólica em capacidade instalada global já em 2021, afirma. Os países asiáticos (China, Japão, Índia, Coreia do Sul e Vietnã) seguem dominando a geração fotovoltaica no mundo, com um incremento de 56 GW, segundo o relatório da IRENA. Outros avanços importantes ocorreram nos Estados Unidos, Austrália, Espanha, Ucrânia e Alemanha. Apesar da tendência de expansão, tanto a eólica quanto a fotovoltaica são fontes intermitentes e ainda têm à frente o desafio do armazenamento. “O custo de estocar a energia gerada em sistemas híbridos com grandes baterias é elevado, então viabilizar o armazenamento será crucial no cenário de transição energética” diz Maurício Salla, executivo da divisão de negócios e energia da Crowe, multinacional de auditoria e consultoria.

Eletricidade será transportada por meio de um cabo submarino de 3,8 mil quilômetros Um novo projeto na Austrália com o nome de ‘Sun Cable’ prevê a construção de uma usina solar em uma área de 15 mil hectares, perto de Tennant Creek, com capacidade para 10 gigawatts. A energia irá abastecer Darwin e será exportada para Singapura, por meio de um cabo submarino de 3,8 mil quilômetros. O projeto Sun Cable poderá ser pioneiro na indústria de exportação de energia renovável na Austrália, podendo dar origem a novas indústrias de manufatura e empregos na construção. Além disso, o projeto é uma oportunidade de reduzir a dependência do país de exportação de carvão e gás para China. A Austrália é o terceiro maior exportador de combustíveis fósseis do mundo, o que gera intenso debate em relação às mudanças climáticas. Mas a economia depende fortemente das receitas de exportação de combustíveis como carvão e gás, que criam emissões substanciais de gases do efeito estufa quando queimados. Além do ‘Sun Cable’, outros projetos semelhantes caminham com a ideia de explorar os vastos recursos de energia renovável do país. Com investimento de custo de 20 bilhões de dólares, o projeto foi anunciado no ano passado por um grupo de investidores australianos. Segundo os investidores, a iniciativa poderá suprir até um quinto das necessidades de energia de Singapura até 2030, e substituiria uma grande parte da eletricidade gerada por combustíveis fósseis utilizados em Darwin. A previsão é que a Sun Cable seja concluída em 2027. A empresa 5B de Sydney foi contratada pelo projeto Sun Cable para utilizar a sua tecnologia de pré-fabricação de painéis solares, de forma a acelerar a construção da usina solar. A empresa vai pré-montar os painéis solares e entregá-los no local, prontos para montagem rápida. Outros projetos similares de exportação de energia renovável já estão pegando carona no país como o Projeto de Hidrogênio Renovável de Murchison, na Austrália Ocidental. Este utilizará a energia produzida por parques eólicos e solares, de modo a criar hidrogênio renovável para transportá-lo para o leste da Ásia como hidrogênio líquido. Estas iniciativas vão ao encontro da estratégia de hidrogênio renovável do governo da Austrália Ocidental que se esforça para tornar o hidrogênio limpo um fator determinante para o futuro das exportações do país.

Grupo tem meta de acrescentar 14 GW de energia limpa em seu portfólio até 2022 Por Ricardo Casarin A Enel minimizou os possíveis efeitos da crise do coronavírus em seus planos de crescimento em projetos renováveis em 2020. Ao divulgar resultados financeiros na última quinta-feira (19), a companhia italiana declarou que a pandemia não trouxe prejuízos materiais a cadeia de fornecimento de seus projetos. O grupo tem meta de acrescentar 14 GW de energia limpa em seu portfólio até 2022. “Nós temos um horizonte de ganhos muito visível. Mais de 80% do nosso EBITDA tem origem em atividades contratadas que não são afetadas pelo COVID-19”, declarou o CEO da Enel, Francesco Starace, durante teleconferência. O executivo afirmou que acredita que a empresa pode sair desse ciclo com poucas perdas. Mais de 35 mil funcionários, cerca de metade da força de trabalho global da Enel, estão trabalhando de maneira remota atualmente. Em 2019, a empresa apresentou crescimento de 6,3% da receita, totalizando US$ 86,2 bilhões, e um incremento de 8,3% no EBITDA, registrando US$ 19 bilhões. A Enel apontou que a geração por fontes renováveis foi a principal impulsionadora do crescimento do ano passado. Por meio da Enel Green Power, o grupo adicionou cerca de 3 GW de capacidade ao longo de 2019, contrastando com uma redução de 4,1 GW na energia de carvão no mesmo período. Em novembro, a companhia revelou planos de expandir investimentos em projetos de energia limpa, reforçando foco em mercado onde tem presença integrada, como Itália, Espanha, Chile e Brasil. É esperada uma capacidade adicional de 4 GW em renováveis apenas em 2020 a um portfólio que já conta com 45,9 GW. Com 3,6 GW, a energia solar está em terceiro no ranking da Enel, atrás da fonte hídrica (28,1 GW) e eólica (10,8 GW). Empreendimentos em geração fotovoltaica são parte integral desses planos, incluindo a expansão do parque solar São Gonçalo, no Piauí. A obra irá aumentar para 608 MW a capacidade total da usina, que já é considerada a maior da América do Sul. Serão investidos R$ 422 milhões e a previsão é que a operação comece a funcionar ainda nesse ano.

Estado mantém dois projetos pilotos instalados nos municípios de São Vicente e Guaíra Por Ricardo Casarin O Governo de São Paulo estuda a implementação de sistemas fotovoltaicos de geração de energia em oito mil edifícios no estado. Atualmente, a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) monitora o andamento de dois projetos pilotos instalados nos munícipios de São Vicente e Guaíra. “Estamos acompanhando a economia, eficiência energética e o tempo de payback nas duas cidades. Os resultados até aqui têm sido positivos”, afirma o subsecretário de Infraestrutura da SIMA, Glaucio Attorre. Ele explica que o projeto está sendo desenvolvido em convênio com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Attorre assinala que ambas as regiões têm perfis bastante adequados para gerar energia por meio de placas fotovoltaicas. “De modo geral, todo o estado tem boas condições para isso. Estamos estudando e trabalhando na modelagem da instalação desses sistemas em oito mil edifícios e, em breve, iremos divulgar mais detalhes.” De acordo com o último levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), São Paulo está na terceira colocação no ranking estadual de geração distribuída, com um total de 268 MW de potência instalada. “Gostaríamos de subir no ranking, mas acredito que ainda temos que caminhar e adquirir mais conhecimento. A ideia desses projetos é servir de exemplo”, afirma o subsecretário. Ele acredita que o fato de o estado já ter fornecedores instalados em seu território pode ajudar na difusão da fonte. Como exemplo, ele cita a Globo Brasil e a BYD. Em relação a incentivos fiscais, Atorre assinala que o governo tem avaliado com cautela. “Por enquanto estamos mantendo a isenção de ICMS [Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços] em geração de até 1 megawatt. Estamos estudando a ampliação disso, mas temos que manter a responsabilidade com nossa meta fiscal. Alguns estados ampliaram para 5 megawatts e tiverem problemas de arrecadação.” Atualmente, há um projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) de autoria do deputado Gil Lancaster (PSB) que propõe ampliar a participação da energia solar na matriz energética do estado por meio da instalação de sistemas fotovoltaicos em comunidades indígenas, quilombolas, caiçaras e em regiões distantes de redes de transmissão de energia elétrica, além da implantação de sistemas térmicos para aquecimento de água em residências de famílias de baixa renda.

Holandês Boyan Slat desenvolveu uma embarcação que consegue coletar 110 toneladas de lixo por dia para serem reciclados. O jovem holandês Boyan Slat desenvolveu uma embarcação para limpar rios movida a energia solar, que consegue coletar 110 toneladas de lixo por dia, trazendo todos os resíduos para a terra firme, onde poderão ser reciclados. Segundo o próprio criador, o trabalho iniciará no rio Kelang, na Malásia, e nos esgotos de Cengkareng, em Jakarta, na Indonésia. Para Slat, o ideal seria que a barca fosse replicada em larga escala, estando ativa em todos os rios mais poluídos do planeta até 2025. “Embora ainda tenhamos muito mais trabalho a fazer, sou eternamente grato pelo comprometimento e dedicação da equipe à missão e espero continuar com a próxima fase de desenvolvimento”, disse. Cinco anos antes ele já havia criado um dispositivo de limpeza capaz de remover 80 mil toneladas de plástico do Oceano Pacífico por ano. Batizada de Ocean Cleanup (“Limpeza Oceânica”, em tradução livre), a embarcação opera como uma barreira, aproveitando as correntes oceânicas para bloquear os resíduos encontrados no mar. Nomeado por ele como “Interceptor”, o projeto tem o apoio de mais de 100 pesquisadores e ambientalistas e atua na costa do Haiti e da Califórnia, área de grande concentração de objetos de plástico (1 trilhão de detritos). “Permanecemos firmes na nossa determinação de resolver imensos desafios técnicos para chegar a esse ponto.” Apesar de ser desenvolvido para passeio, o Brasil já conta com barcos movidos a energia solar. Um deles está localizado em Bonito (MS), um dos principais cenários de ecoturismo do Brasil, e segue regras rígidas de preservação da natureza. O passeio sustentável percorre um trecho de 500 metros pelo Rio Mimoso, passando por paisagens deslumbrantes com cachoeiras, mirantes e morros. E para isso, o barco é alimentado pela energia sol, sempre presente no céu sul-mato-grossense. Nomeado de Biguá, uma das aves aquáticas mais avistadas na zona rural do município, o barco fica na Estância Mimosa, distante 25,3 km em relação ao centro de Bonito. Seu modelo é o Safari 7.0 M, equipado com duas placas solares adaptadas para tocar o motor elétrico, e capacidade para 15 pessoas sentadas. As vantagens são inúmeras. Além de silencioso, o barco é movido a energia 100% limpa. Segundo Thyago Sabino, gerente da Estância Mimosa, a aquisição do barco é uma importante inovação, especialmente em um estado que tem o turismo de natureza como carro-chefe. “Além de conciliar modernidade, tecnologia sustentável, o Biguá vai ao encontro com o que desejamos oferecer: a experiência de integração na natureza com equipamentos modernos, seguros e confortáveis para nossos visitantes”, afirmou o gerente.

Iniciativa pioneira nos edifícios do Judiciário brasileiro é responsável pela produção de 20% da eletricidade consumida nos dois prédios do órgã o. Desde sua inauguração, em novembro de 2017, a Usina Minigeradora Fotovoltaica do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já proporcionou uma economia de R$ 1,6 milhão em energia elétrica para a Corte Eleitoral. A iniciativa pioneira nos edifícios do Judiciário brasileiro é responsável pela produção de 20% da eletricidade consumida nos dois prédios do Tribunal. A usina está instalada no edifício anexo do TSE e funciona de forma sustentável, utilizando a irradiação solar – absorvida entre 8h30 e 16h30, com picos ao meio-dia, horário em que o sol está posicionado bem acima das placas fotovoltaicas que compõem o dispositivo para gerar energia elétrica. O sistema ainda proporcionará economia por cerca de duas décadas, já que a vida útil média do equipamento é de 25 anos. O engenheiro eletricista Alexandre do Nascimento Silva, servidor do TSE que idealizou o projeto, destaca que a energia fotovoltaica é gerada a partir de materiais fáceis de serem encontrados, como o silício, e não traz nenhum tipo de degradação ambiental. “Em termos de sustentabilidade, não há energia melhor do que essa fonte limpa e renovável e não poluente. A quantidade de energia produzida está ligada ao nível de irradiação. Quanto maior irradiação solar vai gerar mais energia limpa”, explica o especialista. Somente em 2019, segundo o servidor, o TSE economizou R$ 770 mil seriam gastos – como o Tribunal Superior do Trabalho (TST) e o Tribunal de Contas da União (TCU) – que também aderiram à iniciativa. “Espero que todos sigam o exemplo do Judiciário”, complementa Alexandre do Nascimento. Em Brasília, todos os órgãos públicos localizados aderiram ao uso da energia solar para a produção de eletricidade os Tribunais Regionais Eleitorais do Amapá, do Ceará, de Goiás, do Maranhão, de Mato Grosso, de Mato Grosso do Sul, do Pará, do Paraná, de Sergipe e de Tocantins. A construção da Usina Minigeradora Fotovoltaica atende à Resolução TSE nº 23.474/2016, que prevê a implantação do Plano de Logística Sustentável da Justiça Eleitoral (PLS-JE), e à Resolução CNJ nº 201/2015, normativo elaborado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que recomenda a promoção da sustentabilidade ambiental, econômica e social pelo Poder Judiciário.

Com investimento de R$ 450 mil em equipamentos, projeto tem 100 kW de potência e uma área de mil metros quadrados A represa Billings, em São Paulo, está testando a primeira usina fotovoltaica na região. Na prática, as boias estão sendo colocadas embaixo de placas de energia solar, que ficarão sobre a água captando energia. O projeto tem 100 kW de potência e uma área de mil metros quadrados. No total, foram gastos R$ 450 mil em equipamentos. Com duração de 90 dias, o teste vai avaliar se é viável instalar mais usinas flutuantes em outras áreas do reservatório que abastece a capital. Caso o resultado seja promissor, a ideia é instalar mais delas nas represas de Billings e Guarapiranga. Marcos Penido, secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, afirma que o apoio da população e da iniciativa privada é fundamental para o sucesso do projeto. “Estamos buscando cada vez mais formas de incentivar a preservação do meio ambiente por meio do desenvolvimento sustentável dessas represas que são de extrema importância para o abastecimento da região”, completa. A Tractebel está desenvolvendo o projeto básico de fotovoltaicas solares flutuantes com capacidade de 30 MW na barragem hidrelétrica da Batalha, de 52,2 MW localizada no rio São Marcos, em Goiás, de propriedade do grupo estatal brasileiro Furnas Centrais Elétricas. Nesse grande projeto de energia renovável, a Tractebel será responsável pelo projeto para a implantação das usinas I, II e III. Para atingir uma potência instalada total de 30MW, será instalado 90.900 módulos fotovoltaicos flutuantes no reservatório, o equivalente para suprir a energia mensal de aproximadamente 30.000 residências. O Brasil já abriga uma usina solar à deriva adicional de 1 MW na barragem de Sobradinho, um centro hidrelétrico de 175 MW no rio São Francisco, em Sobradinho, no estado da Bahia. A energia solar fotovoltaica flutuante é uma ótima alternativa no Brasil, já que os componentes, bem como a colocação de estruturas à deriva, podem ajudar a diminuir a dissipação dos tanques de armazenamento de água atualmente testados, além de aumentar o fornecimento de energia elétrica em períodos secos. No mesmo caminho, a Furnas Centrais Elétricas também estuda qual é a melhor maneira para a implantação de energias solar e eólica na Usina Hidrelétrica de Itumbiara, no rio Paranaíba, a maior usina do Sistema Furnas e fica localizada entre os municípios de Itumbiara, em Goiás, e Araporã, em Minas Gerais. A ideia é instalar um sistema de geração de energia solar fotovoltaica no entorno e no reservatório da usina. Para aproveitar a energia solar gerada durante o dia, o projeto inclui o armazenamento da energia em sistemas de hidrogênio e eletroquímico. “Vamos armazenar energia gerada através da fonte solar para buscar ter um período maior de fornecimento de energia dessa fonte”, disse o gestor técnico da Gerência de Pesquisa, Serviços e Inovação Tecnológica de Furnas, Jacinto Maia Pimentel. Além das baterias de alta capacidade, o armazenamento será feito por meio de hidrogênio líquido. O projeto básico de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de Furnas já foi iniciado e deve ser concluído em 32 meses, com investimento previsto de R$ 44,6 milhões da carteira de P&D de Furnas. A iniciativa é fruto da parceria com a empresa Base-Energia Sustentável, associada à Universidade Estadual Paulista (Unesp), à Universidade de Campinas (Unicamp), ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Goiás (Senai-GO), à Universidade de Bradenburgo (Alemanha) e à PV Solar.

Diretora da empresa acredita que a maior abertura do mercado livre de energia será importante para a expansão do setor A consultoria Clean Energy Latin America (CELA) aponta que, com a maior maturidade do setor fotovoltaico no Brasil, novas grandes empresas deverão ingressar no mercado em 2020. “Devemos continuar vendo a entrada de novos grandes players na geração centralizada, e de players de todos os portes na geração distribuída”, avalia a diretora geral da CELA, Camila Ramos. Ela destaca que, ao longo do ano, importantes empreendimentos entrarão em operação. “Veremos a entrada de operação de grandes projetos de geração distribuída, que buscam a manutenção das regras regulatórias vigentes, além de diversos projetos de geração centralizada de leilões e do mercado livre.” Ramos inclui a Lightsource BP, CGN e a Brookfield como grandes players que entraram recentemente no setor de geração solar centralizada no Brasil “Já em geração distribuída, vimos a consolidação de grandes empresas. Algumas delas focadas exclusivamente em GD, como a Órigo, Alsol, Bluesol, Solled, Solarvolt, GD Solar, Faro, Axis, Athon, entre outras, além das milhares de empresas de GD integradoras que atendem os diferentes mercados no país. Também vimos a entrada das distribuidoras de energia e utilities no segmento de GD, como a Enel, Engie, EDP e CPFL.” A diretora da CELA acredita que a maior abertura do mercado livre de energia será importante para a expansão do setor. “Vai aumentar o mercado para empresas solares, uma vez que consumidores hoje cativos poderão migrar para o ambiente de contratação livre. Como a energia solar está cada vez mais competitiva quando comparada com as outras fontes, seu mercado potencial aumentará significativamente”. Por outro lado, ela destca que empresas de GD focadas apenas no sistema de compensação de energia terão a oportunidade de rever seus modelos de negócios para abordar as novas oportunidades deste mercado. Ramos também prevê que o mercado brasileiro de energia solar se beneficiará de diversos outros fatores. “A queda no custo da tecnologia, aumento da eficiência dos projetos, maiores investimentos no setor, diversificação de modelos de negócios, maior adoção e preferência da energia solar por consumidores, maiores e melhores oportunidades de financiamento dos projetos, entre outros.”